quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
A ordem dos loucos
Sentindo ainda o cheiro das águas que me purificaram a pouco, com aquela sensação nostalgica, de que a vida me acrescentou mil anos de experiência em segundos sob a água. Me perco ao som dos acordes do contra-baixo de uma velha canção, aos sons de palavras tão minhas, sem nunca terem me pertencido.Cada segundo me vale a pena, cada acorde, cada canção. Carregado de sentimentos como um trem que parte para lugar nenhum, como um anjo louco que se arremessa do firmamento, me jogo no jogo da vida, apostando todas as minhas fichas em dados viciados, rezando a todos os deuses que conheço e até mesmo os que não tenho consciência da existência.Clamo por uma reabilitação, ou pela entrega total.
Entrego-me aos meus devaneios, como quem se entrega ao carrasco,me jogando do alto, acreditando em contos de fadas, em trols, gnomos , elfos e nos duendes das caixinhas de cereais. Como um naufrago masoquista que recusa-se a ser salvo, deixo-me levar pelas marés de um pesadelo com curvas femininas. Se for pra voar eu vou subir sem me preocupar com a cera em minhas asas. Que minhas raízes cheguem ao inferno antes que minhas folhas alcancem o céu, para que os ventos não me enverguem, nem meu caule se quebre com o passar da tempestade.
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Muito bem escrito, amigo! Obrigado por sempre lembrar de mim quando escreve algo em seu blog. Saiba que sou leitor leal dele.
ResponderExcluirDAORA MANO BEM LOCA
ResponderExcluircomo sempre, vc tem o interior de um nobre e puro poeta...mas, seu exterior é tão podre quanto eu...
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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