quinta-feira, 2 de junho de 2011

Cigarros, Cafés e jornais




 Sem tempo para sentir o sabor e com o gosto amargo na língua, o desespero e a falta de beijos matam mais que a fome. Já não sente solidão, as noticias insanas dos jornais tiram-lhe o desejo por companhia. Se entregando ao trabalho , como quem se entrega a uma amante, tumido de tristeza palpável, tão adamantino como é, alimenta a alma com café.Puro, sem açúcar, sem vontade de mascarara o gosto amargo. deseja ter cortinas de fumaças que brotem de seus pulmões, que o danifiquem, implora que o coração pare com o seu "bum Bum" tão irritante. Sonha , sonha com o dia que a dor morrerá aos poucos, assim como faz o seu corpo , envenenando-se com cigarros, cafés e jornais.

Ela e outras flores


Acendi um cigarro tentando não pensar no dia de trabalho que passou, nos problemas e no sorriso dela. Na falta que me faz a sua pele, o libido, o cio, como um lobo que ama apenas uma vez ou um Casanova que busca um amor que lhe valha a vida inteira, me afundo no bolor dos meus livros ou no copo de whisky envelhecido, talvez em ambos ou em nenhum.Enveneno meus ouvidos com músicas mais apaixonadas que o poeta que as cometeu. Deixando o borbom de uma boa musica mais leve que o éter me esquentar, me perco em paixões devorando partes do que sou, sem desejar outra vida, outro amor. Cultivo em meus jardins plantas mais carnívoras que leões, e não me sinto desprotegido na companhia das flores. Mesmo com a fragancia ainda sinto falta do perfume doce de sua pele,do furor de seus instintos mais selvagens, de sua unha a rasgar a pele da minhas costas, dos momentos em seu corpo, mais intensos que um filme de Amodovar. Trocando todos os meus sonhos e versos por uma noite com ela, já que não me adianta todas as flores,troco as que tenho por uma pétala da minha bela.