sábado, 26 de fevereiro de 2011

A felicidade não entra por portas trancadas

          

 Me peguei pensando nisso, como quem pensa no futuro, ou em um amanhã imprevisivel. Por certo que já não tenho nada alem de canções e sorrisos, que me impelem a verdadeira felicidade, mesmo quando me esqueço de apagar as luzes e limpar os pés depois de pisar no barro molhado,no gramado , no asfalto pintado. Sorvendo pequenas quantidades de whisky ou de café, qualquer uma dessas que me deixe em pé. Rimando ao som de um jazz, pensando em provas de matemática ou de amor, entre números e sabor.Em cima da pedra, pronto para pular e abrir as portas do porão da alma, já que felicidade não entra por portas trancadas.
 Me peguei abrindo as janelas, apagando as velas e deixando a luz entrar, querendo sentir o amor ou mar. Como quem se entrega ao vento da primeira brisa da manhã.Há quem compare o pecado a maçã,quem confia no céu como em uma irmã.Me atiro no som, ou me atiro do alto, vendo beleza em músicas ou em meninas de salto, lembrando de um amor das parábolas de um arauto, eu penso e eu falo: Resolvi desdizer tudo que disse, apagar, convencer, mentir ou dissipar a mesmisse, sangue real que não quer ser príncipe, mendigo que não quer ser bacana, macaco que prefere cachaça a banana. Não quero, não gosto ou não vou, a negatória que ainda denuncia o que sou, sem loucas ou louças pra lavar , sem carros ou canções de ninar. sou tudo e nada disso ,com portas e janelas abertas, da alma ou do lar, já que em porta fechada , felicidade não consegue entrar!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A ordem dos loucos


   Sentindo ainda o cheiro das águas que me purificaram a pouco, com aquela sensação nostalgica, de que a vida me acrescentou mil anos de experiência em segundos sob a água. Me perco ao som dos acordes do contra-baixo de uma velha canção, aos sons de palavras tão minhas, sem nunca terem me pertencido.Cada segundo me vale a pena, cada acorde, cada canção. Carregado de sentimentos como um trem que parte para lugar nenhum, como um anjo louco que se arremessa do firmamento, me jogo no jogo da vida, apostando todas as minhas fichas em dados viciados, rezando a todos os deuses que conheço e até mesmo os que não tenho consciência da existência.Clamo por uma reabilitação, ou pela entrega total.
  Entrego-me aos meus devaneios, como quem se entrega ao carrasco,me jogando do alto, acreditando em contos de fadas, em trols, gnomos , elfos e nos duendes das caixinhas de cereais. Como um naufrago masoquista que recusa-se a ser salvo, deixo-me levar pelas marés de um pesadelo com curvas femininas. Se for pra voar eu vou subir sem me preocupar com a cera em minhas asas. Que minhas raízes cheguem ao inferno antes que minhas folhas alcancem o céu, para que os ventos não me enverguem, nem meu caule se quebre com o passar da tempestade.